DRAMA “ENTRE SEGREDOS E MENTIRAS” FUNCIONA COMO ENTRETENIMENTO.

Nova York, anos 70. David (Ryan Gosling, de Namorados para Sempre) se apaixona pela bela estudante Katie (Kirsten Dunst, de Melancolia) e quer se casar com ela. O que não teria problema nenhum se o rapaz não fosse herdeiro do megamilionário Sanford (Frank Langela), um empresário de moral duvidosa que não aceita o relacionamento de seu filho com alguém fora de sua poderosa rede social. David peita o pai, atitude que irá desenterrar terríveis segredos de família, com trágicas consequências.

Baseado em fatos reais (todo mundo diz isso, mas existe fato imaginário?), Entre Segredos e Mentiras é uma boa mistura de suspense com drama familiar. Sim, é aquele filme de narrativa tradicional, que não busca nenhum tipo de inovação em termos de linguagem, mas que sabe – com as boas ferramentas que o cinema dá – segurar o espectador na poltrona até a resolução final da trama.

O diretor Andrew Jarecki estreia no longa demonstrando habilidade na arte de deixar o público descobrir tudo aos poucos, felizmente sem se preocupar em ficar dando explicações redundantes, muito menos subestimando a percepção de quem mergulha no filme. Peca um pouco na maquiagem de envelhecimento, acerta na reconstituição de época e na direção de atores.

Repare como a trilha sonora faz diversas brincadeiras e referências às trilhas de Psicose e Um Corpo que Cai. Será que isso acontece porque Entre Segredos e Mentiras tem um homem que se veste de mulher, um cadáver no porta malas e uma esposa desaparecida..?

Como entretenimento de qualidade, o filme funciona muito bem.