DRAMA FAMILIAR “UM SEGREDO ENTRE NÓS” É CHORO NA CERTA.

Se você tem problemas com sua família (alguém não tem?) prepare-se para derramar algumas lágrimas no drama “Um Segredo Entre Nós”, tradução nacional fraquinha para o original “Fireflies in the Garden” (que seria “Vaga-Lumes no Jardim”, bem mais poético, não?).

O filme traz vários daqueles elementos especialmente criados para levar o espectador ao choro. Morte de uma mãe de família, filho rejeitado pelo pai, piano tocado lentamente como base da trilha sonora, gramados e plantações verdejantes, crianças fofas… é covardia! Difícil resistir. Mas a boa notícia é que o diretor estreante Dennis Lee, se não tem nas mãos um roteiro exatamente criativo (escrito por ele mesmo, a partir de um poema de Robert Frost), pelo menos tem o bom senso de temperar todos estes elementos com dignidade, sem apelações baratas. E – convenhamos – todo mundo sempre se identifica pelo menos um pouquinho com um filme que trata do resgate de problemas familiares.

A história é centralizada em Michael (Ryan Reynolds), um escritor amargurado que está prestes a publicar um livro que contará todas as mazelas de sua família cruelmente disfuncional. Aos poucos, e em ordem não cronológica (bom recurso para aumentar o interesse pela trama), o espectador fica sabendo por que Michael é tão estranho, e quais seriam, afinal, os terríveis segredos contidos naquele livro.

O filme se apóia numa narrativa melancólica, num tom entristecido, e num ótimo time de coadjuvantes, que inclui Julia Roberts, Willem Dafoe, Emily Watson e Carrie-Anne Moss.

Convencional, mas eficiente.