“DUAS SENHORAS” TRAZ MENSAGEM DE TOLERÂNCIA.

Repleto de boas intenções, “Duas Senhoras” mostra o nascimento de uma forte amizade entre duas pessoas que – pelo menos a princípio – teriam tudo para ser grandes inimigas.

O roteiro contrapõe a irascível Esther (Ariane Jacquot), judia, paraplégica, de classe social alta, dependente de sua cadeira de rodas e de pacientes enfermeiras, com a maleável Halima (Zohrah Mouffok), muçulmana, dona de casa classe média que percebe que cuidar de Esther pode ser uma oportunidade de aumentar a renda familiar. Em comum entre elas o fato de ambas terem nascido na Argélia, e viverem atualmente na França, país que vem sendo palco de vários incidentes de origem étnica.
O diretor e co-roteirista marroquino radicado na frança Phillipe Faucon conduz a história sem muitas surpresas, contando-a de forma rápida e clássica, com mensagem previsível, ainda que tocante e – digamos até – cada vez mais urgente: a tolerância entre culturas diferentes. Um tema cada vez mais necessário de ser abordado, principalmente quando envolve árabes e judeus.

“Duas Senhoras” pode não ser expressivo nem particularmente especial em termos cinematográficos, mas sua aura de otimismo e principalmente sua generosidade temática o tornam, ao menos, simpático e agradável de ser visto. Olhos mais céticos podem até taxá-lo de ingênuo, mas trata-se de um filme que faz bem à alma.

Lamenta-se apenas a incômoda montagem (que deixa estranhos segundos soltos e perdidos entre alguns diálogos) e a fraca atuação de Ariane Jacquot no papel de Esther.
Duas estrelas