“ELE ERA ASSIM: ARY BARROSO” REGISTRA A TRAJETÓRIA DO COMPOSITOR DE “AQUARELA DO BRASIL”.

Por Celso Sabadin.

Se tivesse “apenas” composto “Aquarela do Brasil”, Ary Barroso já mereceria um lugar de destaque na galeria dos grandes compositores brasileiros. Mas não: autor de grandes clássicos do repertório popular nacional, apresentador de programas de rádio e televisão, vereador, locutor esportivo de marcante veia cômica e – segundo suas próprias palavras – “humanista, humorista e radialista”, Ary Barroso fez muito mais que o imortal “Aquarela”, gravando definitivamente seu nome na cultura de nosso país.

Parte desta trajetória (que não caberia num único filme) é mostrada em “Ele Era Assim: Ary Barroso”, documentário que vai ao neste sábado (19/10), às 18h45, no canal de TV por assinatura Music Box Brazil.
O filme se desenvolve basicamente em três linhas narrativas que seguem paralelas: a romantização da biografia de Ary narrada pelo próprio biografado em um antigo programa de rádio, as memórias do neto Márcio Barroso, e a reinterpretação em estúdio de alguns de seus maiores sucessos. A recuperação de depoimentos de Tom Jobim dá um molho especial ao longa.

A roteirista e diretora Angela Zoé optou por não seguir a trilha tradicional de encadear vários depoentes, deixando basicamente que as belíssimas canções de Ary Barroso fluíssem na íntegra, numa espécie de homenagem histórico-musical ao seu biografado.
Registram-se também interessantes curiosidades. Por exemplo: fracasso no momento de seu lançamento, “Aquarela do Brasil” só obteve sucesso após ter sido utilizada por Walt Disney na época da Política da Boa Vizinhança com os Estados Unidos. E que o carioca deve a Ary Barroso a localização do estádio do Maracanã, inicialmente previsto para ser construído no distante bairro da Jacarepaguá.

“Ele Era Assim: Ary Barroso” estreia às vésperas da celebração de 116 anos de nascimento do compositor, a serem comemorados no próximo dia 7 de novembro.