EM “AS CORES DA SERPENTE”, BRASILEIRO REGISTRA ARTE ANGOLANA.

Por Celso Sabadin.

O ex-prefeito paulistano e atual governador do estado João Dória Jr. iria enlouquecer – no mau sentido – com o belíssimo projeto documentado pelo filme “As Cores da Serpente”:  grafitar 6 mil m2 dos muros da Estrada de Leba, em Angola, na África. Avesso às manifestações artísticas populares e conhecido por vandalizar inúmeros grafites que levavam cor e emoção ao habitante de São Paulo, Dória teria chiliques ao ver a importante iniciativa africana.

A superlativa intervenção artística empreendida neste caminho histórico/turístico de 20 km de extensão foi documentada pelo cineasta brasileiro Juca Badaró e transformada no longa “As Cores da Serpente”, que ganha agora algum espaço no circuito brasileiro.

O filme enfoca o Coletivo Murais da Leba, que reuniu 27 artistas visuais participantes que despejaram cores e criatividade entre as províncias angolanas de Huila e Namibe. A obra foi realizada entre agosto e novembro de 2015.

A rodovia que abriga os murais tornou-se um dos mais conhecidos pontos turísticos do país, pois começou a ser construída pelos portugueses no final do século XIX e só foi concluída às vésperas da independência de Angola, em 1974.

Se Dória a visse, agora toda colorida pelos belos murais, com certeza tentaria privatizá-la para cobrar pedágio.