ENTRE COMÉDIA, SUSPENSE E DRAMA POLÍTICO, “ARGO” SE SAI BEM EM TODOS.

Fui ver “Argo” da melhor maneira que gosto de ver um filme: sem saber absolutamente nada sobre ele. Como a experiência foi ótima, também evitarei ao máximo aqui falar sobre sua trama.

O que pode ser adiantado – mesmo porque isso é especificado logo no início – é que o roteiro é baseado em fatos. E esta informação se torna cada vez mais inacreditável quanto mais a ação se desenrola. Isto porque o que começa como um tenso drama político coalhado de diálogos rápidos se desenvolve como comédia e termina como uma aventura de gelar as mãos e tirar o fôlego. Tudo dirigido com marcante competência por Ben Affleck, que também faz o papel principal.

Esteticamente, “Argo” também é notável. Direção de arte, cabelos, bigodes, figurinos e, principalmente fotografia, nos arremessam diretamente nos anos 80, época em que a ação real de desenvolve. A própria textura do filme carrega um sabor antiquado, de maneira que se algum desavisado entrar sem querer no cinema poderá até jurar que esta vendo uma retrospectiva.

Quando se propõe a ser um drama político, o filme arrebata. Quando parte para a comédia, tece sem dó críticas deliciosas contra a falsidade hollywoodiana, principalmente através dos talentos de Alan Arkin e John Goodman. E quando parte para a aventura e para o suspense, ainda que exagere um pouco no final, elabora com maestria um dos melhores epílogos do gênero dos últimos anos.

Não é pouca coisa.

Ben Affleck não apenas interpreta e dirige o filme, como também o produz, ao lado de George Clooney.

A trama? Puxa… acabou meu espaço para escrever…