“ENTRE NÓS, O AMOR” CONQUISTA PELA SIMPLICIDADE.
Por Celso Sabadin.
Quando o assunto é filmes sobre relacionamentos pessoais, talvez não exista país mais habilitado a produzi-los que a França. Historicamente, esses irredutíveis gauleses desenvolveram uma incrível capacidade de prender a atenção do público colocando em cena nada mais nada menos que duas pessoas em conflito emocional.
A fórmula funciona novamente em “Entre Nós, o Amor”, coprodução franco-belga que estreia em cinemas brasileiros nesta quinta, 17/07. Só a presença da sempre ótima Valeria Bruni Tedeschi já é um ótimo motivo para ver o longa. Ela interpreta Nicole, uma mulher perturbada por chegar na casa dos 50 anos sem ter construído nada importante na vida. Pelo contrário, ela está solitária e atolada em dívidas. Sua estratégia para tentar fugir desta situação depressiva é tentar enganar a todos e – principalmente – a si própria, embarcando no perigoso jogo da negação.
A situação se complica ainda mais quando Nicole passa a transferir e projetar seus desequilíbrios e inseguranças para o filho, Serge (Félix Lefebvre), que a vê simplesmente como patética.
Neste seu primeiro longa solo, o diretor e roteirista Morgan Simon consegue obter um resultado dos mais envolventes e humanos, destilando simplicidade e autenticidade notáveis. “Entre Nós, o Amor” comprova novamente que – também no cinema – menos é mais.