“ÉRAMOS TODOS LOUCOS” RECORDA O DEBOCHE.

Por Celso Sabadin.

Nestes momentos tão deprimidos e deprimentes em que vivemos, uma ótima ideia pode ser mergulhar numa boa dose de escapismo. E o alto astral está garantido no documentário “Éramos Todos Loucos”, com roteiro e direção de Pedro, Julio e Rita Carvana, filhos do ator e diretor Hugo Carvana, o grande homenageado do filme.

“Éramos Todos Loucos” não é exatamente sobre Hugo, preferindo se concentrar em sua obra de maior sucesso popular, a comédia “Vai Trabalhar Vagabundo”, de 1972. Não que naqueles pesadíssimos anos de chumbo estivéssemos vivendo num mar de rosas. Muito pelo contrário, neste Brasil onde a democracia é exceção, vivíamos então os mais tenebrosos momentos da ditadura militar iniciada em 1964. A resposta à truculência veio sob a forma do desbunde, do deboche que permeia todo o longa.

Quarenta anos depois, vários profissionais envolvidos na criação e na produção de “Vai Trabalhar Vagabundo” relembram a aventura de se fazer um trabalho independente e satírico em plena ditadura, debaixo das maiores dificuldades criadas pelo momento político desfavorável e batalhando contra a crônica falta de estrutura da nossa produção cinematográfica. Chico Buarque de Hollanda, Luiz Carlos Barreto, o próprio Hugo Carvana, então estreando como diretor, e outros contam, saudosos, daquele período complicado que foi combatido com bom humor, amizade e irreverência.

“Éramos Todos Loucos” será exibido dia 12 de agosto, às 22h30 no Canal Curta! Seu fígado vai agradecer.