“ESCOBAR, A TRAIÇÃO”, A SEDUÇÃO DO EXTREMO PODER.

Por Celso Sabadin

O fascínio que a extrema riqueza financeira, aliada ao crime,  exerce sobre as pessoas rende (mais um) filme sobre o megatraficante colombiano Pablo Escobar. Não é o primeiro, nem será o último sobre o criminoso morto já há um quarto de século, o que comprova novamente o interesse das plateias pela fórmula dinheiro + criminalidade = poder. Muito poder.

Em busca de um viés diferenciado pela história já tantas vezes contada, desta vez os produtores se basearem no livro “Amando Pablo, Odiando Escobar”, de Virgina Vallejo, badalada apresentadora da TV colombiana que foi amante de Pablo durante cinco anos. É pelos olhos de Virginia (interpretada por Penélope Cruz) que o espectador se deixa seduzir pelo mundo sem limites nem restrições dos grandes poderosos, comandado por Escobar (Javier Barden). Sejam eles do crime ou da política, o que no fundo é a mesma coisa.

“Escobar, a Traição”, mesmo sendo uma produção espanhola, segue a cartilha das tradicionais cinebiografias norte-americanas, que tecnicamente beiram à perfeição, e estilisticamente deixam o medo de errar sobrepujar a vontade de criar. A direção de Fernando León de Aranoa (de “Um Dia Perfeito”) tem o mérito de conseguir obter algumas boas doses de humor, mesmo sobre um tema tão espinhoso como o tráfico internacional de drogas. Convencional e eficiente.