“ESPERANDO ACORDADA” FAZ DORMIR.

Por Celso Sabadin.

Filmes sobre personagens simpaticamente desajustados podem ser sutilmente divertidos se conseguirem resolver uma equação bastante delicada: somar um protagonista carismático a um roteiro inventivo. Infelizmente, “Esperando Acordada” não alcança nenhuma destas condições.

A solitária Perrine (Isabelle Carré) é uma violinista amadora que ganha a vida tocando em festas infantis e em lares para idosos. Até que um dia ela inadvertidamente provoca um acidente que transforma a vida de um desconhecido. Sentindo-se culpada, ela acaba se metendo numa sucessão de mal entendidos que a farão questionar o vazio de sua até agora patética existência. Assumir uma outra personalidade pode ser a solução para a triste Perrine.

“Esperando Acordada” é a estreia de Marie Belhomme no roteiro e na direção de longas. Uma estreia pouco promissora, já que o filme não consegue desenvolver um protagonista minimamente carismático que consiga provocar alguma dose de empatia. O roteiro também abusa da boa vontade do público em tentar compreender a inacreditável capacidade da personagem em se meter em encrencas, numa ingenuidade que esbarra no inverossímil. O resultado final é simplesmente morno. E sonolento.