“ESTAREMOS SEMPRE JUNTOS” DESTILA O DIVERTIDO MAU HUMOR FRANCÊS.

Por Celso Sabadin.
 
Costumo dizer (brincando, pero no mucho) que todo filme italiano tem padre, todo filme norte-americano tem policial, e em todo filme francês tem uma hora que o elenco inteiro se reúne numa casa de campo pra discutir a relação. A comédia dramática “Estaremos Sempre Juntos” potencializou minha brincadeira: o filme todo se passa numa casa de campo onde todo o elenco discute as relações. Tem momentos que o roteiro precisou juntar duas casas de campo (no caso, de praia).
 
Tudo começa três dias antes do aniversário de Max (François Cluzet), que teoricamente seria “surpreendido” por uma grande festa preparada pelos seus amigos. Na casa de campo, claro. Aliás, de praia. O problema é que Max, com problemas, não está nem um pouco disposto a comemorar seu aniversário este ano. E alguns de seus amigos tampouco estão dispostos a parabenizá-lo. É neste clima de hostilidades e antigas mágoas que o tal encontro deixa de ser festivo para se transformar numa grande lavação de roupa suja em casa. De campo. Tudo com o tempero agridoce do cruel e divertido tradicional mau humor francês.
 
Com roteiro e direção de Guillaume Canet (mais conhecido como ator), “Estaremos Sempre Juntos” é irregular, alternando grandes momentos que chegam a lembrar o excelente “O Reencontro” (de Lawrence Kasdan, 1983) com instantes menos inspirados que prejudicam o ritmo da obra. De qualquer maneira, o eterno e clássico tema do encontro de velhos amigos sempre provocará empatias, identificações e lembranças. Doces ou amargas, mas sempre emotivas.
 
No grande elenco, Marion Cotillard, Gilles Lellouche, Laurent Lafitte, Benoît Magimel, Pascale Arbillot, Clémentine Baert e uma rapidíssima participação de Jean du Jardin. Entre outros.