ESTRANHO E ENVOLVENTE, “UM NOVO DUETO” TANGENCIA O DRAMALHÃO.

Luc Besson, que vem fazendo sucesso com seu “Lucy”, está com filme novo nos cinemas do Brasil: “3 Dias para Matar”, mais um típico produto “bessoniano”, recheado de muita aventura, explosões, bom humor e alto nível de produção. Aqui, contudo, a direção não é de Besson (que escreveu, corroteirizou e produziu o filme), mas de Joseph McGinty (que artisticamente assina apenas McG), o mesmo de “As Panteras”.

A trama (não que isso importe muito) fala de um agente da CIA que, sabendo que tem pouco tempo de vida, cuida de suas últimas missões com a postura ao mesmo tempo blasé e destemida de quem não tem quase nada a perder. Mas que deseja se reconciliar com a filha antes de morrer.

“3 Dias para Matar” fica acima da média em relação aos demais do seu gênero pela sua bem-vinda opção de não se levar muito a sério. Não chega a ser uma comédia, mas o protagonista acaba se revelando um personagem muito bem desenhado, na medida em que encara com bom humor e sarcasmo a dura obrigação de conciliar o difícil dia-a-dia de um super agente da CIA com tarefas mais frugais, como fiscalizar o namoro da filha ou lhe ensinar uma receita de macarrão. Tudo isso ao mesmo tempo em que enfrenta a proximidade da morte. Não que isso já não tenha sido feito antes no cinema, mas Kevin Costner, um bom ator encostado pela crueldade da indústria de Hollywood após amargar um punhado de fracassos, se sai muito bem na personificação
deste agente que está no limite entre os modelos antigos e modernos de espionagem (e de cinema).

Para quem só busca mesmo a ação, “3 Dias Para Matar” também cumpre o que promete, com uma produção das mais caprichadas proporcionando belas locações na Sérvia e na França, e correria na media certa. Funciona bem como entretenimento descompromissado.

Não foi desta vez, porém, que o sucesso voltou a sorrir para Costner: o filme mal cobriu, nas bilheterias dos EUA, seus custos de produção.