ESTREIA NESTE SÁBADO, 16/11, O DOC INÉDITO “EU SOU O SAMBA, MAS PODE ME CHAMAR DE ZÉ KETTI”.  

Por Celso Sabadin. 

Na minha limitada percepção da extrema riqueza da música brasileira, apenas duas coisas me vinham à cabeça, quando alguém falava no compositor Zé Ketti: o filme “Rio Zona Norte”, de Nelson Pereira dos Santos, levemente baseado na vida do sambista; e a belíssima “Máscara Negra” (Quanto riso, oh, quanta alegria/ Mais de mil palhaços no salão…).  

O importante documentário “Eu sou o Samba, mas pode me chamar de Zé Ketti” estreando amanhã, 16 de novembro, na multiplataforma CINEBRASiLTV –  escancarou a visão estreita que eu tinha deste tão significativo artista, morto há exatamente 25 anos, em 14 de novembro de 1999.  

(Eu ia dizer que o filme me iluminou, mas vou guardar a ideia para quando alguém fizer um documentário sobre Blecaute, só para não perder o trocadilho).  

Como diz um dos depoentes do longa, muito da obra de Zé Ketti está dentro da gente, e nós nem sabemos.  

O filme é uma produção original do canal CINEBRASIL TV, e tem a assinatura de Luiz Guimarães de Castro. Ao reconstruir a trajetória e a personalidade do artista Zé Ketti, conhecemos também o homem José Flores de Jesus, desde suas origens nos subúrbios cariocas. Formal e estilisticamente, trata-se de um documentário clássico e tradicional, reunindo depoimentos de familiares, parceiros e amigos, reconstituindo várias de suas belíssimas composições, utilizando-se de rico material de arquivo e – como não podia deixar de ser – registrando as inevitáveis e animadas rodas de samba. 

Tais características, no caso, não se constituem em demérito. Pelo contrário, a simplicidade e a linearidade da narrativa só fazem potencializar o que de fato é o cerne da obra: a música de Zé Ketti e suas inspiradas nuances que muitas vezes passam despercebidas pelo público.  

O filme também faz cair por terra o preconceito de que o samba é alienante. Afinal, segundo é mostrado no documentário, o histórico espetáculo “Opinião”, um dos marcos da resistência à ditadura de 1964-1985, nasceu da seminal composição de Zé Ketti que dá nome ao show. Podem me prender/ podem me bater/ podem até deixar-me sem comer/ que eu não mudo de opinião/ daqui do morro eu não saio não. 

Inclusive, chama a atenção o apagamento histórico da música “Noticia de Jornal”, banida pela censura da época, desaparecida desde então, e revivida no filme. Não confundir com uma canção homônima de Chico Buarque.  

Há ainda espaço para documentar as andanças do compositor tanto pela Portela como pela Mangueira, e para o registro de sua rápida carreira como ator de cinema brasileiro, tendo participado de “Rio 40 Graus”, para o qual também contribui com a belíssima trilha musical.  

Também é divertida a origem de se apelidou de infância, que acabou se tornando seu nome artístico. Para saber, só vendo o filme.  

“Eu sou o Samba, mas pode me chamar de Zé Ketti” estreia neste sábado, 16/11, às 21h30, e terá as seguintes reapresentações:
 

18/11 Segunda,  22h30  

20/11Quarta, 15h  

22/11 Sexta, 23h  

24/11 Domingo, 16h30  

26/11 Terça, 07h  

28/11 Quinta, 00h  

30/11 Sábado, 13h30  

 

CINEBRASiLTV é uma multiplataforma de audiovisual com a programação linear de forma online, pelo https://cinebrasilja.com/, que também pode ser acessada pelo APP CINEBRASiLJá, sua plataforma de streaming, disponível também através da App Store e Pay Store para as versões Android e iOS. 

Também está disponível no NOW / Claro TV+ com acesso por https://www.clarotvmais.com.br/canal/cinebrasil-ja