“EU MATEI MINHA MÃE” ABORDA O UNIVERSO ESQUIZOFRÊNICO DO ADOLESCENTE.

Escrever, dirigir e fazer o papel principal de seu próprio filme, qualquer um pode fazer. Agora, escrever (aos 16 anos de idade), dirigir (aos 20), fazer o papel principal, ganhar três prêmios em Cannes e ainda representar o seu país no Oscar, aí o buraco já é bem mais embaixo.

É justamente este o caso de “Eu Matei Minha Mãe”, escrito, dirigido e interpretado por Xavier Dolan. Quer mais? O rapaz fez tudo isso com seu filme de estreia como diretor, e toda a história foi baseada em sua própria vida.

Indicado pelo Canadá para concorrer a uma indicação ao Oscar 2010 na categoria Filme Estrangeiro, “Eu Matei Minha Mãe” narra a história de Hubert (Xavier Dolan, claro), adolescente que, como qualquer adolescente, flutua sem cerimônia pela fina linha que divide a mais profunda raiva da mais pura euforia, misturando sentimentos e exacerbando todos os sentidos à enésima potência, no menor prazo de tempo possível. Como alvo principal, Hubert elege o mais próximo: sua mãe Chantale (Anne Dorval), que cria o garoto sozinha, e passa a ser ao mesmo tempo a maior vítima e a maior repositória das alterações de humores e amores do rapaz.

Tudo, porém, dentro de uma linguagem leve – eventualmente cômica – que evita grandes perturbações e prefere enfocar o tema com frescor e otimismo.

“Eu Matei Minha Mãe” recebeu o Prêmio Internacional do Júri na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, o Prix SACD, o Prix Regards Jeune, o Art Cinema Award (estes três no Festival de Cannes – Quinzena de Realizadores) e o Prêmio da crítica no Palm Springs Internacional Film Festival.

Talvez tenha havido um certo exagero, já que o filme não chega a jogar nenhuma nova luz sobre o tema, e se limita a um (bom) entretenimento sem maiores compromissos e/ou questionamentos mais aprofundados. Simpático, tem potencial para agradar ao grande público, ainda que com lançamento pequeno.

Confira o trailer: