FALTA SUTILEZA AO MELODRAMA “UM HOMEM DE FAMÍLIA”.

Por Celso Sabadin.

Está longe de ser uma história nova: movido por uma ambição sem limites e pressionado pela obsessão do lucro a qualquer custo, o headhunter Dane Jensen (Gerard Butler) ​concede dedicação total ao trabalho, deixando a família em segundo plano. Quando uma tragédia familiar se anuncia, ele será obrigado a rever os seus conceitos de vida de maneira dolorosa.

O grande problema de “Um Homem de Família” é a sua falta de sutileza. Com pouquíssimas nuances e carregando no maniqueísmo, o diretor Mark Williams (produtor de “O Contador”, aqui estreando na direção) parece não confiar na percepção do público, e reforça cada uma de suas ideias com muitas repetições de conceitos e situações redundantes. Tudo é repetido e escancarado, não sobrando nada para o público refletir por si só ou inferir por si mesmo. Fora a utilização abusada de uma melodramaticidade rasa que não hesita em cometer rasgadas chantagens emocionais com a plateia. No terço final nota-se inclusive uma grande dificuldade do filme terminar.

Tais vícios de direção, aliados a um roteiro que já não prima pela originalidade, acabam sendo fatais para a qualidade da obra como um todo. Ainda não foi desta vez que Gerard Butler fez um filme bom.

Wlliem Dafoe e Alfred Molina no elenco dão um pouco mais de dignidade a ”Um Homem de Família”. Mas só um pouco.