“FORAM OS SUSSURROS QUE ME MATARAM” E O CAOS MIDIÁTICO.

Por Celso Sabadin.

Ingrid (Mel Lisboa), uma atriz/celebridade prestes a estrear em um reality show, encontra-se isolada em seu quarto de hotel, à espera da festa de inauguração do aguardado programa de TV. Do lado de fora, um paparazzi que tenta fotografá-la é abatido a tiros pela polícia. Mas Ingrid está muito mais preocupada com o ângulo de seu rosto nas fotos de divulgação. E as aflições dos assessores que a rodeiam não são muito diferentes.

A partir dessa premissa, o roteiro de Artur Tuoto – também diretor do filme – faz de “Foram os Sussurros que me Mataram” uma crítica à banalidade e à inversão de valores que se instalaram (definitivamente, talvez?) na nossa sociedade contemporânea. Na negação da realidade, o caos é normatizado. O escárnio direcionado à frivolidade da midiatização barata assume ares que tangenciam o surreal, visando buscar a indignação do público através do estranhamento e da denúncia à hipocrisia.

A opção diretiva priorizando a linguagem teatral sobre a cinematográfica, porém, tende a causar um certo distanciamento de plateias mais cinéfilas.

“Foram os Sussurros que me Mataram” estreia nesta quinta-feira, 9/5, em cinemas de São Paulo, Rio de Janeiro, Florianópolis, Curitiba, Brasília, Goiânia e Manaus.

 

 Quem é o diretor

Arthur Tuoto é cineasta e artista visual. Seus filmes e vídeo-instalações já foram exibidos em festivais e exposições como Festival de Cinema de Berlim, Videonale, Salão Paranaense, Mostra de Cinema de Tiradentes, Festival de Brasília, entre outros. “Aquilo que Fazemos com as Nossas Desgraças” (2014), seu primeiro longa-metragem experimental, estreou na Mostra Aurora da 17ª Mostra de Cinema de Tiradentes e foi o vencedor do Grande Prêmio Cine Esquema Novo no Cine Esquema Novo 2014.  “Não Me Fale Sobre Recomeços” (2016), seu segundo longa experimental, estreou na Mostra Cinema Agora! do 49º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro e foi um dos longas premiados na Mostra do Filme Livre 2017.