“FORÇA POLICIAL” TEM DENSIDADE DRAMÁTICA.

Título de filme realmente pode ser uma faca de dois gumes. “Força Policial”, por exemplo, que estréia neste final de semana, é um nome que não faz jus à qualidade da obra. Dá a impressão de ser apenas mais um filme de correria e pancadaria policialesca, o que não é verdade. Por outro lado, a tradução pura e simples de seu título original (“Pride and Glory”, ou seja, “Orgulho e Glória”) imediatamente nos remeteria a algum filme inglês de época estrelado pela Keira Knightley. O que também não é o caso.

De qualquer forma, seja qual for o título, “Força Policial” é um trabalho consistente e bem dirigido. Mais que um filme meramente policial, trata-se de um drama familiar que envolve o clã dos Tierney, uma espécie de dinastia de homens da lei capitaneada pelo patriarca Francis (Jon Voight) e continuada pelos seus filhos Francis Jr. (Noah Emmerich) e Ray (Edward Norton). De quebra, há ainda o cunhado Jimmy (Colin Farrell).

Tudo começa quando uma desastrada operação termina com quatro policiais mortos, todos eles subordinados ao chefe Francis Jr., que no momento participava de uma partida de futebol americano. Iniciadas as investigações, começa a ser desenrolada uma trama de corrupção que – claro – chegará aos altos escalões. Sim, nada muito diferente de muita coisa já vista neste sentido, mas o filme tem uma carga de densidade dramática que merece a atenção dos fãs do gênero e não decepcionará os apreciadores de um bom elenco. Principalmente Edward Norton e Colin Farrell, eficientes como sempre.

O projeto na realidade é antigo, e estava rolando pelos estúdios já há quase 10 anos. Na ocasião, ele seria estrelado por Mark Whalberg e Hugh Jackman. Porém, após os atentados de 11 de setembro, os executivos decidiram que seria totalmente negativo realizar, na época, um filme sobre a corrupção policial na cidade de Nova York.

Poeira assentada, a New Line retomou a idéia. “Força Policial” chega às telas com – digamos – apenas dois probleminhas básicos: (1) sua duração de 114 minutos poderia ser um pouco reduzida para o benefício do ritmo da ação, e (2) ele é muito, muito parecido com “Os Donos da Noite”, que James Gray dirigiu em 2007.