FRANCÊS “CULPA E DESEJO” REFAZ LONGA NÓRDICO.

Por Celso Sabadin.
Advogada bem-sucedida, bem casada, mãe de duas filhas, Anne (Léa Drucker) cai na mais cruel das armadilhas: a de um amor proibido. Mais que “simplesmente proibido”, um amor que desafia toda a moral vigente, e que poderá destruir para sempre a aparente estabilidade de sua vida.
Esta é uma breve sinopse (sem spoilers) de Culpa e Desejo, coprodução franco-norueguesa que chega aos cinemas brasileiros nesta quinta, 23/11. Se, ao lê-la, você ficou com alguma sensação de dejà vu, isto talvez não seja somente uma sensação: Culpa e Desejo é a refilmagem do longa sueco-dinamarquês Rainha de Copas, de 2019. Na verdade, ambos são bastante parecidos, quase idênticos, e provavelmente os motivos para esta refilmagem são apenas estrategicamente mercadológicos.
A direção de Catherine Breillat (do premiado Para Minha Irmã) segue a linha chique-intimista daquele tipo de cinema francês cuidadosamente construído para agradar aos cinéfilos e concorrer em festivais. Ou seja, prioriza a valorização dos conflitos humanos, é sutil na utilização das músicas e silêncios, valoriza o ritmo contemplativo em sua montagem, e é sempre competente na direção de elenco. Feito para agradar, e agrada, ao abordar com sensibilidade e dignidade assuntos bastante polêmicos e espinhosos.
Acabou sendo selecionado para a mostra competitiva do Festival de Cannes. Para quem não viu Dama de Copas, é uma ótima opção.
Ah, se você achou a atriz Léa Drucker parecida com Valeria Bruni Tedeschi (eu achei), provavelmente não se trata de um acaso: Valeria era a primeira escolha da diretora para papel, mas houve conflito de agendas, e ela não pode atuar.