“FROZEN” RESGATA O BOM E VELHO ESTILO DISNEY.

O toque feminino fez bem à Disney. Promover Jennifer Lee (uma das roteiristas de “Detona Ralph”) ao cargo de codireção fez de “Frozen” uma das melhores animações da empresa em vários anos. Além de coassinar a direção (feito pioneiro para uma mulher na Disney), Jennifer também é uma das roteiristas deste belo desenho, inspirado no clássico “A Rainha do Gelo”, de Hans Christian Andersen.

A história se passa num reino distante, numa época não determinada, onde as jovens princesas Elsa e Ana brincam alegres e felizes. Porém, Elsa, a mais velha, tem o inexplicável poder de causar nevascas, geleiras, e transformar em gelo tudo o que toca. O dia em que ela, inadvertidamente, quase mata a irmã menor, por causa de seus poderes, tudo se transforma no reino: Elsa é obrigada a se isolar de todos e a se afastar principalmente de Ana, colocando um triste fim no belo relacionamento que ambas mantinham. Até que… bom, a partir daí, só vendo o filme.

“Frozen” vai buscar seu estilo nas mais antigas raízes disneynianas. Castelos, encantos, maldições, pais mortos (sobre isso, não deixe de ler o livro “O Príncipe Negro de Hollwyood”), um cavalo de expressões divertidas (e um alce também, para completar), um boneco engraçado e, não apenas uma, mais duas princesas fortíssimas. Tudo misturado com aquele típico tempero Disney, sempre um pouco over e com canções que oscilam entre a opereta e o quase brega. O público ama esta fórmula desde ela foi inaugurada com “Branca de Neve”, em 1937. E coube a “Frozen” resgatá-la em grande estilo: o filme é empolgante do começo ao fim, e o boneco de neve Olaf já é grande candidato a ser um dos mais memoráveis personagens cômicos desenvolvidos pelo estúdio.
Além disso, Ana surge aqui destilando grande carisma, graça, determinação e bom humor, características que fatalmente a levarão direto ao panteão das grandes Princesas Disney. Afinal, que ninguém se iluda, as grandes animações da empresa são criadas e desenvolvidas com o intuito maior de vender cada vez mais licenciamento de produtos baseados em personagens. No mundo dos brinquedos, bonecos e mochilas, o faturamento das bilheterias do filme é dinheiro de pinga, e serve para alavancar negócios muito mais rentáveis em outras áreas industriais.

Só não conte isso para as crianças.