“FUKUSHIMA: AMEAÇA NUCLEAR”, DESCOLONIZANDO OLHARES.

Por Celso Sabadin.

A história real do acidente ocorrido na usina japonesa de Fukushima, em 2011, é o ponto de partida do drama “Fukushima: Ameaça Nuclear”, lançado esta semana nas plataformas digitais.

O roteiro se centraliza na ação de um grupo de engenheiros (que ficaram conhecidos como “Os 50 de Fukushima”) que lutou incansável e desesperadamente na tentativa de evitar que o vazamento nuclear provocado pelo acidente alcançasse proporções catastróficas, alastrando-se por todo o país.

O longa propõe um instigante exercício de descolonização do nosso olhar viciado nas repetitivas fórmulas dos filmes-catástrofe tão difundidas pelo cinema norte-americano. Totalmente produzido pelo Japão, “Fukushima: Ameaça Nuclear” pode causar certa estranheza aos paladares ocidentais acostumados às velhas narrativas da construção do herói. Uma estranheza que, por si só, já é um mérito. Não há o arco dramático do personagem que encontra sua redenção na tragédia, tampouco a grande ação militar salvadora da pátria e da humanidade, muito menos as liçõezinhas de moral edificantes. Que bom!

Talvez os paladares ocidentais também estranhem as intepretações de todo o elenco, sempre tangenciando o histriônico e o exagerado aos nossos ouvidos. Novamente, que bom! Como é bom poder descolonizar um pouco nossas retinas e nossos tímpanos através do contato com culturas do outro lado do planeta.

Com Ken Watanabe (“A Origem”, “O Último Samurai”) em um dos papéis principais, o filme tem direção de Setsuro Wakamatsu, e é baseado no livro-reportagem “On the Brink –  The Inside Story of Fukushima Daiichi”, de Ryusho Kadota.

“Fukushima: Ameaça Nuclear” está disponível nas plataformas de streaming Claro Now, Vivo Play, iTunes, Apple TV e Sky Play, para compra e locação, e no Google Play e no YouTube Filmes, apenas para compra.