“GODARD CINEMA”, REVISITANDO O MITO.

Por Celso Sabadin.

A morte de Jean-Luc Godard, em setembro do ano passado, acentuou ainda mais a celebração do status de mito que – merecidamente – o cineasta conquistou logo em seu filme de estreia, em 1960. E que nunca mais largou.

Nesta esteira midiática, o cineasta Cyril Leuthy lançou – exatamente no mês da morte de Godard – o documentário “Godard Cinema”, que faz parte da Competição Internacional de  Longas Metragens do É tudo Verdade 2023.

Não há exatamente grandes revelações no filme, mas é sempre mágico ver – ou rever – as cenas de bastidores dos grandes clássicos do mito (aqui magnificamente restauradas), e acompanhar seu processo criativo. Incluindo um antigo depoimento de Jean-Paul Belmondo afirmando que o roteiro de  “Acossado” era escrito somente na manhã de cada filmagem, um pouco por dia.

O longa registra com solidez e eficiência a eterna inquietação de Godard, tanto política quando artisticamente, suas polêmicas, amizades e inimizades que plantou e colheu durante sua longuíssima carreira de mais de 140 filmes. Tudo apoiado por farto e arrebatador material iconográfico de arquivo, dentro de uma narrativa que – sabiamente – opta pelo clássico e tradicional. Afinal, a vanguarda aqui cabe ao biografado, não ao biógrafo.

“Godard Cinema” será exibido, em São Paulo, dia 14/04, Às 19h00, na cinemateca Brasileira, e no dia 20/04, às 19h30 no Instituto Moreira Salles.

A programação completa do É Tudo Verdade 2023 está em www.etudoverdade.com.br