“HOMENS NÃO CHORAM” DENUNCIA ABUSO INFANTIL.

Por Celso Sabadin.

Vindo da televisão, o diretor Steve Crowhurst estreia no longa metragem com veemência e vigor: em “Homens Não Choram”, ele conta a história real de Paul Connolly (interpretado por Michael Socha), um segurança de casa noturna, igual a tantos outros, cuja vida – aparentemente – nada teria de especial que pudesse justificar um filme. Aparentemente.

Na verdade, Connolly estava envolvido no caso do Orfanato St. Leonard, em Hornchurch, Inglaterra, local acusado de torturar e abusar de crianças durante o longo período de 1965 e 84. E o seu envolvimento não era do lado dos abusadores. Quando as acusações ganham a mídia, Paul se vê obrigado a ressuscitar um passado dos mais doloridos, que julgava esquecido.

Com roteiro do próprio diretor em parceria com Kal Bonner, “Homens Não Choram” não hesita em tratar de um assunto perturbador com a devida aspereza, mesmo que possa ser acusado – em determinados momentos – de excessivo. Por outro lado, não se trata de um assunto sobre o qual se possa “passar pano”, como se diz ultimamente. É interessante notar como a vida de Paul acaba sendo “salva” por “frágeis” personagens femininos que conseguem fazer a diferença em um mundo machista dominado pela violência.

Produzido pela Grã-Bretanha, o filme foi selecionado para o Festival de Varsóvia e estreou no Brasil no último dia 27 de maio através da plataforma cinemavirtual.com.br