INÉDITO “PEARL HARBOR: O MUNDO EM CHAMAS” MARCA OS 80 ANOS DO FINAL DE SEGUNDA GUERRA.
Por Celso Sabadin.
Exatamente hoje, 2 de setembro, comemoram-se os 80 anos do final definitivo da Segunda Guerra Mundial. A data marca a assinatura da rendição incondicional do Japão, após os terríveis conflitos no Pacífico, que ceifaram centenas de milhares de vidas (civis incluídos) e culminaram com o genocídio atômico estadunidense sobre as cidades de Hiroshima e Nagasaki.
O término do conflito está sendo relembrado pelo Canal Curta! e pela plataforma de streaming CurtaOn com a exibição de vários documentários sobre o tema, alguns deles inéditos. Serão 29 títulos disponibilizados de 5 de setembro a 10 de outubro. Os títulos inéditos são: “Churchill, Roosevelt e Stálin: A Paz Impossível”, “Desmascarando os Assassinos do Terceiro Reich”, “Segunda Guerra Mundial: Operação Barbarossa”, “Memórias da Segunda Guerra Mundial” e “Pearl Harbor: O Mundo em Chamas”.
PEARL HARBOR: O MUNDO EM CHAMAS
Produção francesa para a televisão, “Pearl Harbor: O Mundo em Chamas” é um documentário de 2021 dividido em dois capítulos de 52 minutos cada, escrito por Olivier Wieviorka e David Korn-Brzoza, este também diretor da obra. O ponto de partida, como não poderia deixar de ser, é o histórico ataque empreendido pelo Japão contra a base estadunidense de Pearl Harbor, no Havaí, que em 7 de dezembro de 1941 colocou os Estados Unidos no conflito mundial, que já se desenvolvia desde setembro de 1939.
O tema é sempre polêmico, pois até hoje há pontas soltas nesta história. Contrariamente ao que popularmente se divulga, o ataque não teria sido tão “de surpresa” como se propaga, pois o Japão teria feito uma declaração formal de guerra contra os EUA, com a devida antecedência. Por outro lado, autoridades norte-americanas da época teriam argumentado que a declaração não era muito clara. Há indícios de falha na inteligência e decodificações de mensagens (o que teria provocado a criação da CIA, em 1947), ou mesmo de intenções veladas do próprio Presidente Roosevelt, que se elegera com a promessa de não entrar na Guerra, mas que no momento precisaria justificar com muita ênfase sua “mudança de ideia”, perante a opinião pública e seus eleitores. São muitos os verbos no condicional.
O documentário felizmente não entra na pilha das teorias da conspiração, limitando-se a expor sobriamente as várias possibilidades aventadas e – claro – a brindar o público com um riquíssimo e variado leque de imagens de arquivo. Por outro lado, há algumas escorregadelas que beiram a ingenuidade como, por exemplo, afirmar que os porta aviões dos EUA não estavam presentes em Pearl Harbor, naquela fatídica manhã de domingo, por um “golpe de sorte”.
Como a versão apresentada pelo Canal Curta é a narrada em inglês, infelizmente o público perde a narração original francesa, realizada pelo ator Vincent Lindon. Por outro lado, vale registrar um elogio especial à tradução em português das legendas, sempre empenhadas em substituir o colonialista “american” por “estadunidense”.
A crítica do Planeta Tela sobre “Churchill, Roosevelt e Stálin: A Paz Impossível” pode ser conferida em https://www.planetatela.com.br/critica/a-segunda-guerra-em-documentarios-ineditos.