INGÊNUO, “AQUARELA” ABORDA O DESPERTAR DO ROMANCE GAY.

É o típico caso dos opostos que se atraem: Danny é um jovem sensível, dócil, estuda pintura, e sofre bullying na escola. Não parece ter maiores problemas com o fato de ser gay, ainda que inexperiente. Carter é atlético, encrenqueiro, revoltado, participa do time de natação da mesma escola de Danny. Também é gay, mas ainda não sabe. Ou acha que não sabe. Durante um final de semana, nasce ente ambos uma forte ligação que extrapola os limites da mera amizade.

Assim é “Aquarela” (filme que no Brasil ganhou o subtítulo de “As Cores de uma Paixão”): bastante ingênuo, tanto na forma como no conteúdo. Esteticamente é pouco ou nada criativo, abusando da tradicional e desgastada montagem plano/contraplano, e utilizando enquadramentos os mais convencionais e previsíveis possíveis. Falha muito também na mixagem de som. Entre outros problemas, chama a atenção, por exemplo, a cena da competição final de natação, onde se ouve o forte clamor da torcida dentro do ginásio, e se vê claramente que esta mesma torcida está quieta e parada.

A superficialidade de conteúdo, porém, não parece ter incomodado nem o júri nem os espectadores dos três festivais de cinema – todos nos EUA – onde “Aquarela” obteve nada menos que 7 premiações. Três delas por parte do público. Deve se creditar boa parte desta aceitação aos dois jovens protagonistas, que com carisma e talento dão conta do recado, apesar da fragilidade da direção de David Oliveras (também roteirista do filme), fazendo aqui sua estreia cinematográfica.

Confira o trailer: