INTRIGANTE, “MEU VIZINHO ADOLF” ENTRA NA 2ª SEMANA EM CARTAZ.

Por Celso Sabadin.

Filmes que – direta e indiretamente – abordam temas referentes à Segunda Guerra Mundial parecem que estão sempre em moda. E não é por acaso: o evento abalou as estruturas sócio-políticas do planeta de forma irreversível, e a recente ascensão do nazi-fascismo, que julgávamos morto e enterrado, ajuda a colocar mais lenha na fogueira deste tema.

O mais recente longa do assunto a chegar aos cinemas brasileiros é “Meu Vizinho Adolf”, classificado pela distribuidora como “comédia dramática”. Sim, há um humor sarcástico no filme, mas talvez não o suficiente para adjetivá-lo como comédia. Mesmo porque tudo parte do personagem Polsky (o ótimo britânico David Hayman), um homem que perde toda a sua família na Polônia dominada pelo nazismo.

Anos depois do fim da Guerra, solitário e amargurado, Polsky está morando em algum lugar do interior da América do Sul, e é importunado pela presença de um homem Irascível e mal-humorado que se muda exatamente para a casa ao lado da sua. O polonês entra em desespero ao perceber que seu novo e indesejado vizinho parece ser ninguém menos que o próprio Adolf Hitler (interpretado pelo alemão Udo Kier, o vilão de “Bacurau”).

É a partir desta inusitada circunstância que o roteiro escrito por Dmitry Malinsky e Leon Prudovsky, este também diretor do longa, passeia com desenvoltura por situações que perpassam o drama, a comédia e até o suspense.

A manutenção da desconfiança que começa com o protagonista e se espalha para o público é um dos pontos-chave da trama, que se apoia em nas ótimas interpretações da dupla central de atores, e numa cínica picardia farsesca para contar sua história que – no fundo – brinda o humanismo.

Selecionado para os festivais de Locarno e Haifa, “Meu Vizinho Adolf” é uma coprodução entre Israel, Polônia e Colômbia, e entrou agora no último dia 1º de junho em sua 2ª semana em cartaz nos cinemas brasileiros.