“IRMÃS” REDEFINE O CONCEITO DE “FUNDO DO POÇO”.

Por Celso Sabadin

Quando nos anos 80 e 90 o cinema norte-americano fazia comédias adolescentes supostamente “liberadinhas” (mas no fundo totalmente conservadoras), falando de sexo (mas não mostrando nada), falando de drogas (mas sempre moralistas), histéricas, com piadas e situações cômicas escatológicas do mais profundo mau gosto, e que ainda tinham a capacidade de terminar com intragáveis liçõezinhas de moral, muitos achavam que aquilo era o fundo do poço da indústria norte-americana. Não era. Anos depois eles começaram a fazer este mesmo tipo de comédia, porém visando agora o público adulto. E o que parecia impossível aconteceu: o péssimo piorou ainda mais. As situações de mau gosto se transformaram em insuportáveis, o conservadorismo e a caretice permaneceram, e o palavrão tornou-se simplesmente gratuito e ofensivo. Com o agravante de exibir constrangedoramente atores adultos fazendo caretas, trejeitos e papeis do mais contundente ridículo.

Não bastasse tudo isso, “Irmãs” consegue ser ainda pior que seus iguais pelo fato de ser excessivamente longo (principalmente para uma comédia deste tipo), não ter o menor ritmo cômico, perder-se totalmente no roteiro e trazer, em conjunto, interpretações abaixo de qualquer crítica.

Mas não vamos ser radicais. Se você acha divertido ver um personagem enfiar uma caixinha de música em forma de bailarina no ânus, vá em frente. “Sisters” é o seu tipo de filme.