ISLANDÊS “VIDAS CRUZADAS” INVESTIGA O UNIVERSO DA MULHER DE MEIA IDADE.

 Por Celso Sabadin.

Rannveig (Katla M. Þorgeirsdóttir) é uma empresária que vive numa bela casa de frente para o mar, nos subúrbios de Reykjavik, capital da pequena, gelada e isolada Islândia. Ela não está feliz: sente-se distante do marido, incapaz de cuidar da filha adolescente, e entediada com as incessantes demandas de sua mãe. E também se sente pequena e isolada como seu país; mas não gelada. A chegada de um novo vizinho (Björn Hlynur Haraldsson) pode não resolver a situação, mas adicionará um pouco mais de calor ao gelo local.

“Vidas Cruzadas” reúne e mistura dois temas bem recorrentes nos dramas cinematográficos: o da mulher de meia idade em crise familiar-existencial, e o do elemento estranho que entra em cena para catalisar uma desestabilização anunciada. Pode não trazer grandes novidades ao assunto, mas é verdadeiro, competente e cativante no que se propõe.

Dirigido e roteirizado por mulheres, trata-se do segundo longa da diretora Silja Hauksdóttir, que assina o roteiro ao lado de Gagga Jonsdottir e Jóhanna Friðrika, nomes que só estão neste texto graças ao recurso copy paste do computador. “Vidas Cruzadas” venceu seis prêmios Edda – o principal da Islândia – incluindo o de melhor filme, roteiro e atriz para Katla M. Þorgeirsdóttir.

Disponível a partir de 23/12 na plataforma www.cinemavirtual.com.br