“JOY”, SEM SABER PRA ONDE IR.

Por Celso Sabadin

Sempre achei meio exagerada a festa que se faz para o diretor David O. Russell. Não que sua obra seja ruim, mas a chuva de indicações, prêmios e elogios que desabou nos últimos anos sobre seus filmes “O Vencedor”, “O Lado Bom da Vida” e “Trapaça” me parece bastante fora de proporção. Agora, com seu novo trabalho, “Joy – O Nome do Sucesso”, vejo minha impressão novamente repetida. E reforçada.

Ao lado de Annie Mumolo (autora do infame “Missão Madrinha de Casamento”), Russell desenvolveu o argumento e o roteiro de “Joy” inspirado na vida real de Joy Mangano, uma inventora e empresária norte-americana que fez sucesso a partir do invento de um… escovão.

Russell demonstra aqui o mesmo problema de seus filmes anteriores, qual seja, ele até constrói bem seus personagens, interessantemente bizarros, mas depois fica sem saber o que fazer com eles em cena. Dramaturgicamente, o resultado e fraco, hesitante, meio que sem saber por onde caminhar, nem para onde correr. Sem consistência.