“LOUCAS DE ALEGRIA” DESPERDIÇA BOAS INTERPRETAÇÕES.

Por Celso Sabadin.

É mais do que clássico na dramaturgia o desenvolvimento de conflitos e arcos dramáticos a partir de dois protagonistas que a princípio se mostram antagônicos e no desenvolver da trama vão se tornando quase que simbióticos. Assim, num primeiro momento, não haveria muitas novidades em “Loucas de Alegria”, o novo filme de Paolo Virzi: Beatrice (Valeria Bruni Tedeschi, ótima), é aristocrata, mandona despachada e desenvolta. Donatella (Micaela Ramazzotti, igualmente ótima) é tímida, retraída e ensimesmada em seus tristes problemas do passado. A parte mais interessante é que ambas desenvolvem uma bela e improvável amizade dentro do estabelecimento para doentes mentais onde estão internadas. E tudo poderia ficar melhor ainda quando as duas conseguem fugir. Poderia. Mas não fica. A partir do momento em que o roteiro desenvolve satisfatoriamente suas personagens principais e cria o mote da fuga, o filme começa a patinar, perde sua desenvoltura e interesse, esmaece de graça e conteúdo.

Ao filme resta apenas fazer uma homenagem/referência a “Thelma % Louise” (a foto que ilustra esta matéria é inegável) e lamentar a inconstância da carreira de Virsi, que alterna bons e maus momentos como “Capital Humano” e “A Primeira Coisa Bela”. Respectivamente.