“MADRE”, EXASPERANTE: NÃO LEIA NADA SOBRE ELE ANTES DE VER O FILME.

Por Celso Sabadin.

Os primeiros 15 ou 20 minutos de “Madre” – praticamente um único plano sequência – são avassaladores. Principalmente para quem não tem a menor ideia do tema que o roteiro vai propor. Infelizmente, porém, todas as sinopses e até parte do material promocional que está no mercado já estraga a surpresa deste que é um dos melhores inícios de filme que eu vi recentemente. Se você não leu nada, não leia. E veja o filme.

Para não dar spoiler, melhor dizer que “Madre” aborda uma perda – acredito que a perda mais dolorosa que existe -, suas indeléveis consequências e, na medida do possível, a tentativa insana de repará-la. Ou de tentar reparar o irreparável através de mecanismo tortos de compensação. Tá bom assim. Falar mais que isso é esvaziar o que o longa tem de melhor.

Na verdade, a primeira parte do longa é exatamente o curta de mesmo nome, produzido em 2017, indicado ao Oscar em sua categoria e com mais de 20 prêmios nacionais e internacionais. O longa busca continuar o curta.

Com roteiro de Isabel Peña e do próprio diretor, Rodrigo Sorogoyen, “Madre” (o longa) coleciona dezenas de indicações e premiações pelo mundo, incluindo 13 indicação ao Goya (a mais importante premiação cinematográfica da Espanha), das quais venceu 6, incluindo direção e roteiro original.

Coproduzido por França e Espanha, “Madre” estreou nos cinemas brasileiros em 25/11.