“MAIS QUE ESPECIAIS”, COM DIGNIDADE, HUMANISMO E HUMOR.

Por Celso Sabadin.

Quando se fala que o tema de um filme é o autismo, parece inevitável que a primeira ideia que surge no imaginário popular é a de uma obra basicamente de narrativa triste e/ou melancólica. Afinal, o tema é dos mais tocantes, importantes, e deve ser tratado com toda a dignidade que merece.
“Mais que Especiais” consegue realizar a difícil proeza de abordar o autismo com toda a dignidade que o assunto requer, ao mesmo tempo em que mantem o bom humor, a sagacidade do bom roteiro, e até um certo ritmo de ação e aventura que não deixa o longa cair em alguma eventual melancolia.
Não por acaso, “Mais que Especiais” é roteirizado e dirigido por Olivier Nakache e Éric Toledano, a mesma dupla que realizou outro longa de grande sucesso que soube criar situações de humor e humanismo de situações adversas: “Os Intocáveis”.
Inspirada pela história real de Stéphane Benhamou e Daoud Tatou, criadores de associações sem fins lucrativos de amparo e assistência a jovens autistas, “Mais que Especiais” fala de Bruno (Vincent Cassel) e Malik (Reda Kateb), dois amigos que dedicam suas vidas a crianças e adolescentes com autismo.
Nesta trajetória, os mais diversos obstáculos precisam ser transpostos, desde a burocracia governamental, ao desconhecimento geral sobre como lidar com o problema, passando pela complexidade intrínseca das próprias crianças e adolescentes.
Indicado para 9 prêmios Cèsar, “Mais que Especiais” estreou nos cinemas brasileiros em 25 de fevereiro.