MAIS SUSPENSE QUE AVENTURA, “RIDDICK 3″ RETOMA FRANQUIA INICIADA HÁ 13 ANOS.

RIDDICK 3
Por Celso Sabadin

Em 2000, Vin Diesel ainda era um ilustre desconhecido quando fez o papel principal do telefilme “Into Pitchy Black”, que no mesmo ano ganhou uma versão para os cinemas com o título “Eclipse Mortal” e subtítulo “As Crônicas de Riddick”. Com um orçamento relativamente modesto de US$ 14 milhões, o filme surpreendeu nas bilheterias, onde triplicou o seu orçamento.
Logo no ano seguinte, Diesel é alçado à condição de astro de ação, graças ao sucesso do primeiro episódio de “Velozes e Furiosos”. A fama repentina do ator anima os produtores a lançarem, em 2004, um videogame com o personagem Riddick e um segundo longa batizado “A Batalha de Riddick”, desta vez com um orçamento turbinado para mais de US$ 100 milhões. Não deu certo: o faturamento nas bilheterias ficou longe de cobrir sequer os custos de produção. O personagem parecia enterrado. Mas o sucesso do ator prosseguiu, em 2009 veio mais um game de Riddick e agora, em 2013, estreia o terceiro longa de cinema com o personagem, chamado simplesmente de “Riddick 3”.

Basicamente os filmes deste personagem (um fugitivo do futuro, caçado por mercenários e praticamente impossível de ser recapturado, tamanha a sua habilidade na arte da sobrevivência) são vendidos como ação futurista. Não é exatamente o caso. Embora contenham algumas cenas aventurescas, os filmes da série Riddick pendem muito mais para o suspense. E, neste sentido, o fã de correrias e perseguições pode sair decepcionado do cinema.

Quase tudo gira em torno do dilema caça/caçador. Solitário, Riddick costuma ser mais perspicaz, hábil e inteligente que seus perseguidores, propondo uma espécie de vitória do cérebro contra a truculência. Claro, às vezes, descamba para o McGyver e é capaz de transformar um clipe e uma pilha numa bomba atômica, mas são coisas do cinema. Não por acaso, seus filmes são basicamente escuros (mesmos porque ele consegue ver com pouca ou nenhuma luz) e até podemos arriscar dizer intimistas em sua solitária luta pela vida.

Um subtexto “levemente” preconceituoso coloca os mercenários latinos como ignorantes e desajeitados, em contraposição aos mercenários caucasianos, civilizados e organizados.

O fato dos três longas terem sido escritos e dirigido por David Thowy (autor também do imenso fracasso “Waterworld”, com Kevin Costner) dão à saga de Riddick unidade e coerência. Ele também acaba de roteirizar “The Brazilian Job”, continuação de “Uma Saída de Mestre”, aventura que será ambientada, claro, no Rio de Janeiro.

É esperar para ver…