MALKOVICH E ARDANT NÃO SALVAM “SR. BLAKE AO SEU DISPOR”.

Por Celso Sabadin.

Aquele tipo mediano de drama romântico com toques cômicos, bastante representativo do cinema estadunidense, não é por si só um grande gênero, mesmo quando produzido pelos EUA. Quando realizado pela Europa tentando mimetizar o padrão comum, a coisa piora um pouco mais. É o que se vê em “Sr. Blake ao seu Dispor”.

O tal sr. Blake do título (John Malkovich) é um milionário britânico desiludido da vida, após a morte de sua amada esposa. Na tentativa de aplacar seu luto, ele retorna à luxuosíssima e gigantesca residência francesa onde a conhecera, décadas atrás. O lugar agora tem nova dona, Nathalie (Fanny Ardant, que certamente fez um pacto com o diabo, pra nunca envelhecer), uma viúva aristocrata em decadência financeira. Um mal entendido (ou um mal explicado) faz com que Blake passe a trabalhar como mordomo de Nathalie.

A partir daí, o roteiro de Christel Henon e Gilles Legardinier (baseado no livro “Completèment Cramé!”, do próprio Giles), trabalha o famoso e surrado tema do simpático estranho que chega por acaso em um ambiente conturbado e conserta tudo e todos. A direção também é do corroteirista e autor do livro, aqui estreando no cinema.

Mais que a falta de originalidade da trama, o roteiro se mostra hesitante em vários momentos, e a insistente trilha sonora “mickeymouseando” o tempo todo não ajuda muito. O par central de ótimos atores se vê impotente para salvar o conjunto da obra.

Coproduzido por França e Luxemburgo, “Sr. Blake ao Seu Dispor” chega em 18/09 aos cinemas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Florianópolis, Brasília, Salvador, Recife, Aracaju, Ribeirão Preto, Niterói, Vitória e Caxias do Sul.