“MAMA” NÃO PRIMA PELA CRIATIVIDADE, MAS ASSUSTA.

Esperava-se um pouco mais de um filme produzido por Guillermo del Toro, o diretor dos ótimos “A Espinha do Diabo” e “Labirinto do Fauno”. Mas, cortando fora esta expectativa, “Mama” é um terror decente, bem produzido e, o mais importante, assusta, sim!

Coproduzido por Canadá e Espanha, “Mama” começa na crise financeira de 2008, que enlouquece não apenas o mercado financeiro, mas também um dos seus operadores que, em pânico, mata os sócios, a esposa, e foge com as duas filhas pequenas para uma cabana isolada na floresta. A ideia é matar as meninas também, mas uma força sobrenatural impede a tragédia, e dá início à trama propriamente dita.
A ideia da crise econômica é logo abandonada, e o filme começa a se desenvolver dentro dos parâmetros tradicionais do gênero. Talvez até um pouco tradicionais demais, explorando com muita técnica e não muita criatividade os clichezões que fazem a alegria dos fãs de terror. Manchas negras que surgem nas paredes remetem ao japonês ´”Água Negra”, enquanto vultos assustadores que passam rapidamente diante da câmera sublinhados por fortíssimos acordes sonoros remetem a… bom, a todos já feitos.

Mesmo sem ter na inventividade seu ponto forte, “Mama” cumpre a promessa de ser um eficiente filme comercial de terror, e consegue até provocar alguns bons sustos mesmo entre os “iniciados”. Ainda que, para isso, seja obrigado a recorrer ao golpe baixo da música alta.

Destaque para a boa atuação de Jessica Chastain (de “A Hora Mais Escura”) no papel principal. “Mama” é baseado no curta-metragem homônimo que o próprio diretor Andres Muschietti produziu em 2008, e que não é difícil de encontrar na internet.