MEÇA SEU COLESTEROL COM “A VIDA SECRETA DAS ABELHAS”.

Vale por um exame de glicemia: se você acha que pode estar com as taxas de açúcar de seu sangue alteradas, economize seu tempo. Não é necessário ir ao médico, nem fazer exames laboratoriais. Basta ver “A Vida Secreta das Abelhas”. Se até o final da sessão você tiver sobrevivido, sinal que está tudo bem com sua saúde. Caso contrário…

O filme – sem trocadilhos com o título – é um mel só. Adocicado, melado, grudento. Claro, há quem goste muito, mas é perigoso para o colesterol. A trama é ambientada no sul dos EUA, em 1964, local e época de intenso racismo naquele país. É neste cenário que a adolescente Lily (Dakota Fanning, firmando-se bem como atriz) sofre duplamente em sua vida: primeiro porque seu pai (Paul Bettany) é um brutamontes insensível. E segundo porque, aos 4 anos de idade, a própria Lily matou sua mãe. Inadvertidamente, é verdade, mas ela é obrigada a conviver com este terrível peso. Até o momento em que, não suportando a pressão, Lily resolve fugir de casa, em companhia de Rosaleen (Jennifer Hudson), empregada negra vítima de vários abusos raciais.

Ambas acabam encontrando guarida numa fazenda de abelhas comandada por três irmãs. E a partir daí o roteiro de Gina Prince-Bythewood (também diretora do filme), escrito a partir do romance de Sue Monk Kidd, vai destilando fortes doses de açúcar e mel em torno de situações melodramáticas pouco verossímeis.

Mesmo assim, “Vida Secreta das Abelhas” já coleciona 10 prêmios e 14 indicações em eventos internacionais, além de uma respeitável bilheteria de quase US$ 38 milhões, mais do que o triplo de seus custos.

Pra quem gosta de mel, é um pote cheio.