MENOS AÇÃO E MAIS HORMÔNIOS EM “HARRY POTTER E O ENIGMA DO PRÍNCIPE”.

O trailer de “Harry Potter e o Enigma do Príncipe” era de arrepiar, com os seres do Mal barbarizando a cidade de Londres, e consequentememente aproximando as forças da Magia com o mundo dos Trouxas. Mas ficou só no trailer. A cena é apenas um pretexto para começar a história, e não tem praticamente nenhuma relação com o que se vê a seguir. O sexto filme da franquia é, certamente, o menos empolgante de todos, até agora. Os fãs argumentam que trata-se de um “filme de passagem”, uma preparação de terreno para os acontecimentos narrados no sétimo e último livro (que, para o bem das bilheterias, será dividido em dois filmes). Não duvido, nem questiono. Porém, cinematograficamente falando, os filmes da série, que sempre foram eletrizantes mesmo para quem não leu os livros (meu caso), tem neste “Enigma do Príncipe” seu momento mais sonolento.

Agora, Harry Potter e Dumbledore vão em busca de Horácio Slughorn (Jim Broadbent, ótimo como sempre), um professor aposentado de Hogwarts que guarda segredos que podem ser fundamentais na luta contra Valdemort. Mas o conflito entre o Bem e o Mal terá de esperar enquanto Harry e seus colegas abrem espaço para outras lutas, estas bem mais internas e naturais: o desabrochar dos hormônios adolescentes, com direito a paqueras, beijos e crises de ciúmes.

Chegaram a chamar o filme de “High School Hogwarts”. Exagero, é claro, mas este sexto episódio – com extensos e muitas vezes desnecessários – 153 minutos ficou devendo em relação aos demais.
Ou seria apenas uma tática de marketing para aguçar ainda mais as expectativas para os dois filmes finais?