“MENTIRA NADA INOCENTE”, A FARSA NO LIMTE DA INSANIDADE.

Por Celso Sabadin.

Katie (Kacey Rohl, ótima) é uma estudante que realiza campanhas na sua escola e pela internet para financiar seu tratamento contra o câncer. O que seria louvável… caso ela realmente estivesse doente. Para sustentar sua farsa, ela se enrosca gradativamente em uma teia de mentiras da qual será cada vez mais difícil escapar. Pelo caminho, magoa as pessoas que mais a amam.

“Mentira Nada Inocente” (título que sugere um filme bem mais leve do que realmente é) atua em três níveis narrativos, todos eles dos mais satisfatórios, cinematograficamente falando. O primeiro é o clima e o ritmo de tensão crescentes que os diretores Yonah Lewis e Calvin Thomas conseguem imprimir à trama, mantendo o interesse pelo destino da protagonista da primeira à última cena. O segundo é a denúncia contra o esquema de corrupção médica existente para acobertar este tipo de caso. E o terceiro – e talvez mais instigante – é a investigação sobre a mitomania da personagem principal, suas motivações, traumas e decepções que a levaram a tal estágio de desespero.

Tudo isso faz de “Mentira Nada Inocente” um trabalho dos mais envolventes, não por acaso indicado a quatro premiações do Canadian Screen Awards 2020, a mais importante de seu país de origem.

O longa está disponível na plataforma Cinema Virtual desde 9 de setembro.