“MEU NOME É SARA” ABORDA A INTOLERÂNCIA (NÃO SÓ) NA II GUERRA.

Por Celso Sabadin.

Terminada há mais de 70 anos, a Segunda Guerra Mundial é um tema que jamais sai da pauta dos produtores cinematográficos. E não por acaso. Além do assunto sempre abordar novas facetas que apenas aos poucos são reveladas ao público, o trabalho realizado pela Shoah Foundation – no sentido de manter viva a questão do holocausto judeu – é sempre muito eficaz.

Novamente com o apoio da Fundação, levanta-se agora no cinema outra história real vivida por uma personagem judia tentando sobreviver ao horror da Segunda Guerra: “Meu Nome é Sara“, dos estreantes em longas ficcionais David Himmelstein (roteiro) e Steven Oritt (direção).

Sara (a também estreante Zuzanna Surowy, ótima) é uma adolescente judia que se faz passar por cristã para ser acolhida por uma família de fazendeiros ucranianos. Como na Ucrânia ocupada por nazistas o acolhimento a judeus é crime punido com a morte, Sara deverá ter todo o cuidado possível para manter sua farsa. O que inclui frequentar missas, decorar orações cristãs, comer carne de porco, sem jamais esquecer suas origens e as promessas que fez à mãe.

Se numa primeira leitura o filme é uma lembrança das atrocidades cometidas pelo pensamento nazifascista que permeou o mundo há sete décadas (e que infelizmente vem reencontrando força nos últimos anos), uma análise menos superficial também escancara o quanto as diferenciações e preconceitos religiosos são igualmente nocivos às relações sociais. Como que dizendo que enquanto o mundo dividir as pessoas pelas rezas que elas proferem, pela comida que elas comem, e pelas crenças que elas praticam, nada dará muito certo por aqui. Seja qual for a política vigente.

Vale a reflexão.