“MI IUBITA, MEU AMOR”, LIVRE E LEVE.
Por Celso Sabadin.
Junto com algumas amigas, a francesa Jeanne (Noémie Merlant), vai comemorar sua despedida de solteira fazendo um passeio pela Romênia. Lá, porém, elas têm todos os seus pertences roubados pelos “ciganos” (sim, claro, o filme é francês, país que adora espalhar boas doses de xenofobia em seus filmes), e são obrigadas a pernoitar na casa de uma família romena. A presença do jovem local Nino (Gimi Covaci) vai abalar as convicções e o coração de Jeanne.
Talvez até mais interessante do que “Mi Iubita, Meu Amor” mostra é o que ele não mostra. Trata-se basicamente de um grande laboratório experimental escrito pela própria dupla de protagonistas, e dirigido por Noémie Merlant (muito mais conhecida por seu marcante papel em “Retrato de uma Jovem em Chamas”), aqui estreando na direção de longas.
Uma equipe reduzidíssima, majoritariamente feminina, e um esboço de roteiro que serviu como fio condutor das improvisações do elenco tornam “Mi Iubita, Meu Amor” um filme diferenciado – livre, leve e solto – sem as amarras tradicionais e formulações engessadas.
Uma pequena e descompromissada boa surpresa.

