“MORTE, VIDA E SORTE”: NA CORDA BAMBA.

Por Celso Sabadin.

Sempre é motivo para comemorar quando um filme independente brasileiro consegue chegar em sua segunda semana em cartaz. É o caso de “Morte, Vida e Sorte”, misto de drama e comédia ambientado nos bastidores de uma produção teatral tão brasileira e independente quanto este longa que a retrata.

Tudo gira em torno de Tati, Bebel e Duda –  interpretadas por Maria Paula Lima, Eva Bensiman e Luiza Válio – três jovens atrizes que têm o sonho de produzir e encenar um espetáculo de teatro. Porém, o dinheiro está no fim, e o quase nada que restou mal dá para as necessidades básicas de cada uma delas.

Como desistir não é uma opção, as garotas passam a considerar todas as possibilidades para levantar a verba necessária à realização do sonho. Todas, mesmo.

Abordando os limites (ou a falta deles) dos sonhos e das obsessões artísticas, “Morte, Vida e Sorte” tenta se equilibrar perigosamente na fina e frágil linha que divide a tragédia da comédia, o imperfeito da ingenuidade, a ironia do erro.

A ótima química entre a trinca de atrizes serve de rede de segurança nesta perigosa corda bamba.

A direção e o roteiro são de Alexandre Alencar, cineasta carioca formado em cinema pela New York Film Academy em Los Angeles, onde escreveu e realizou o curta “Thomas”. Seu curta “Go to Sleep Sadie” foi indicado para Melhor Curta de Comédia  pela New Filmmakers LA 2015. Voltando ao Brasil, dirigiu os curta “Madá” e “Menarca”. “Morte, Vida e Sorte” é seu primeiro longa.