MOSTRA SP: “WELCOME TO CHECHNYA” DENUNCIA HOMOFOBIA.

Bolsonaro adoraria seu colega checheno Kadyrov.

Por Celso Sabadin.

Muito se fala dos refugiados políticos, ou das milhões de pessoas que abandonam suas casas e suas histórias para fugir de um país em guerra. Mas é estarrecedor que – em pleno século 21 – jovens, adultos e famílias inteiras sejam obrigadas a abandonar seu país pelo simples fato de serem ou apoiarem homossexuais.

Esta é a forte e importante denúncia de “Welcome to Chechnya” (Bem-Vindo à Chechênia), documentário em exibição na 44ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo que começa nesta quinta-feira (22/10) em edição online.

De produção norte-americana, “Welcome to Chechnya” investiga por dentro o trabalho de organizações comunitárias internacionais especialmente estruturadas para tirar da Chechênia pessoas ameaçadas em função de suas orientações sexuais. De acordo com o filme, o governo de Ramzan Kadyrov, na presidência do país desde 2007, não apenas faz vistas grossas às agressões contra os gays, como as incentiva e tem total apoio do presidente russo Vladimir Putin. Em entrevista reproduzida no longa, Kadyrov diz que não há agressões homofóbicas em seu país porque não existem homossexuais ali.

“Não se tratava do país. Nós fugimos por causa do povo”, diz uma das refugiadas. Bolsonaro adoraria Kadyrov.

Cenas exbidas de agressões reais de agressões podem virar alguns estômagos.

O roteirista e diretor do filme, David France, já havia abordado o tema LGTBQ em seus trabalhos anteriores como o indicado ao Oscar “How To Survive A Plague” (sobre o início da Aids) e “The Death and Life of Marsha P. Johnson”, ativista da causa cuja morte, para muitos, ainda não foi suficientemente esclarecida. “Welcome to Chechnya” recebeu os prêmios da Anistia Internacional e o de melhor filme pelo público na Mostra Panorama, ambos no Festival de Berlim.

A programação completa da 44ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo está em https://44.mostra.org