NEM TÃO “BELAS PROMESSAS”.

Por Celso Sabadin.

Os bastidores da política formam o fio condutor de “Belas Promessas”, produção francesa de 2021 que estreou nos cinemas do Brasil nesta quinta, 02/03. Tudo gira em torno de Clémence (Isabelle Huppert), prefeita da cidade de Clichy-sous-Bois (não muito longe de Paris), que se vê diante de um impasse em sua carreira: por um lado, ela encabeça uma longa luta por melhores condições de vida num condomínio popular da região; e por outro ela é sondada para um importante cargo ministerial, na capital. Porém, tal convite pode ser apenas uma estratégia para afastá-la de sua função social. Com seu mandato prestes a terminar, Clémence precisa tomar importantes decisões em sua vida política.

Mesmo selecionado para a importante mostra Horizontes, no Festival de Veneza, é inegável que o grande atrativo do filme é de fato o protagonismo de Isabelle Huppert. Talvez, o único atrativo.  O roteiro de Jean-Baptiste Delafon e Thomas Kruithof – este também o diretor do longa – opta pela discussão invariavelmente verbal e burocrática das questões que envolvem os trâmites internos da arte política, relegando para outros planos demais elementos mais atrativos das próprias arte e linguagem política.

“Belas Promessas” está em cartaz em cinemas de  São Paulo, Rio de Janeiro, Aracaju, Belo Horizonte, Brasília, Niterói, Porto Alegre, Recife e Salvador.