NICOLAS CAGE PODIA TER FICADO SEM ESTE “PERIGO EM BANGKOK”.

Essa história de “importar” cineastas orientais para atuarem no cinema norte-americano nem sempre dá certo. Os badalados irmãos Oxide Pang Chun e Danny Pang, que faziam sucesso dirigindo filmes em Hong Kong e Tailãndia, se deram mal em Hollywood quando aceitaram a direção de “Os Mensageiros”, em 2007. O filme, dos mais sem inspiração, estreou em escandalosas 2.500 salas e faturou suados US$ 35 milhões, mal pagando seus custos.

Agora, eles repetem a dose em mais uma produção norte-americana: “Perigo em Bangkok”, com Nicolas Cage no papel principal. Trata-se da refilmagem de uma produção tailandesa que os próprios irmãos Pang realizaram em 1999.
Aqui, Cage é Joe, um assassino profissional dos mais competentes, precisos e eficientes. Mas que paga o caro preço da solidão pela “profissão” que decidiu seguir.
Durante uma missão em Bangkok, Joe acaba contratando Kong (Shahkrit Yamnarm), um malandro de rua, para auxiliá-lo. E começa assim a quebrar as rígidas regras profissionais que ele impõe a si próprio desde as suas primeiras missões. Entre elas, a de atuar sozinho, e a de jamais se envolver emocionalmente com pessoas que não sejam do seu “serviço”.

O que se vê a seguir é uma inacreditável sucessão de clichês já vistos e repisados em dezenas de outros filmes do gênero. Da crise existencial de um assassino profissional, a cenas de ação que parecem ter saído de algum fornecedor de imagens prontas (“stock shot”), de tão iguais e sem criatividade que são.

Até os pouco exigentes norte-americanos rejeitaram o filme, que custou estimados US$ 40 milhões, e faturou pouco menos de US$ 8 milhões em seu final de semana de estréia nos EUA.