NO ESTILO DE “COLUMBO”, “UM CRIME DE MESTRE” É ENTRETENIMENTO EFICIENTE

Não é, e nem será o melhor suspense policial do ano, mas cumpre o que promete: um bom entretenimento, bem dirigido, e com um roteiro intrigante. Assim é “Um Crime de Mestre”, novo filme do diretor Gregory Hoblit, o mesmo de “As Duas Faces de um Crime” e “Possuídos”.
A trama fala de Ted (Anthony Hopkins), um engenheiro que atira friamente na sua mulher adúltera, confessa o crime, se entrega para a polícia, e não deseja sequer um advogado para defendê-lo. E mais: ele tem certeza absoluta que será absolvido. Como? Usando e abusando das brechas da lei. Por outro lado, o jovem promotor Willy (Ryan Gosling, numa interpretação que lembra muito Edward Norton), designado para condenar Ted, está com a cabeça longe do caso, muito mais preocupado com seu futuro novo emprego num poderoso escritório de advocacia. Estes fatores, combinados, poderão levar à absolvição total do frio criminoso.
“Um Crime de Mestre” nos faz recordar dos antigos episódios do seriado de TV “Columbo”. A estrutura é muito parecida. Tudo começa com uma pessoa de classe alta praticando um crime que o espectador acompanha em sua totalidade. A idéia é tornar o público ciente de todos os detalhes do assassinato, e travar com este mesmo público um jogo de lógica e suposições até a virada final, quase sempre surpreendente. Neste sentido, “Um Crime de Mestre” não decepciona. Talvez a trilha sonora seja redundante e insistente demais (como tem acontecido na maior parte da produção comercial norte-americana), e talvez Anthony Hopkins esteja um pouco careteiro demais, mas mesmo assim, como entretenimento que não ofende a inteligência do público, o filme é eficiente. O que não é pouco.