“NO RITMO DA VIDA”, O AFETO DOS EXCLUÍDOS.

Por Celso Sabadin.

O tema é dos mais recorrentes e universais: a procura do lugar de cada um na vida. A luta contra aquela terrível sensação de não encontrar um canto no mundo, um objetivo, algo por que viver.

Em “No Ritmo da Vida”, o jovem Russell (Thomas Duplessie) até sabe o que lhe faz feliz. Mas a sociedade conservadora em que está inserido – incluindo o próprio namorado, Justin (Andrew Bushell) – ainda não parece preparada para aceitar uma drag queen. Cansado de tudo e de todos, Russell só vê uma saída: aceitar a oferta da avó (Cloris Leachman), buscar o velho carro empoeirado na garagem que ela lhe prometera, o botar o pé na estrada, sem destino.

Porém (e sempre há um porém, caso contrário não há filme), o encontro do rapaz com a solitária nonagenária abrirá novos caminhos, novas portas, e novas reflexões repletas de afetividade nas vidas de ambos.

“No Ritmo da Vida” é uma produção canadense independente roteirizada e dirigida com sobriedade e simplicidade. Prioriza a profundidade das relações humanas, e demonstra competência na criação de empatia com seus protagonistas.

“No Ritmo da Vida” marca uma promissora estreia de Phill Connell no longa metragem. Além de roteirista e diretor, ele também é um dos produtores do filme, que recebeu quatro prêmios em festivais norte-americanos segmentados em temáticas LGTBQ+

Um dos maiores destaques do longa é a presença da lendária Cloris Leachman – de “A Última Sessão de Cinema”, “O Jovem Frankenstein e outros quase 300 trabalhos em cinema e TV – aqui em seu último trabalho.

Estreia nesta quinta, 03 de março, nos cinemas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Vitória, Porto Alegre e Florianópolis.