O AFETUOSO “JULHO AGOSTO” E A ADOLESCÊNCIA SEM  IDADE.

Por Celso Sabadin.

​Os personagens de “Julho Agosto” têm uma inacreditável capacidade de encontrar problemas. A mãe, Anne (Pascale Arbillot), se vê às voltas com uma tardia gravidez indesejada. Ela reluta em dar a notícia ao pai da criança, Michel (Patrick Chesnais), que por sua vez está afundado em dívidas. Já Franck (Thierry Godard), primeiro marido de Anne, não sabe como administrar sua paixão por uma mulher bem mais nova. Mas no quesito entrar em fria ninguém supera as irmãs Josephine (Alma Jodorowsky) e Laura (Luna Lou), filhas de Anne e Michel. Se a primeira sofre com um amor bandido, a segunda é uma verdadeira encrenca ambulante, espalhando discórdia por onde passa.

Escrito e dirigido por Alain Dias (que se assina apenas “Diastème”, engrossando essa maniazinha tosca de transformar o próprio nome numa marca), “Julho Agosto” é um drama romântico afetuoso e envolvente. O desenvolvimento dos personagens é eficiente o suficiente para causar uma sólida empatia com a plateia, ainda que o roteiro opte por não ir muito a fundo em nenhum dos temas propostos. Principalmente o das irmãs, cada uma numa fase diferente de suas adolescências, cada qual com uma rica história de vida a desenvolver.

Conflitos que vêm e vão com a intensidade e a fugacidade típicas dos adolescentes, momentos de ódio e ternura que se alternam com a velocidade dos tempos contemporâneos, dúvidas que independem de idade, generosas pitadas de tolerância, tudo isso faz de “Julho Agosto” um bem-vindo filme de “passagens”. Tanto as da vida, como as das férias de verão.

A estreia é nesta quinta, 13 de julho, a caminho de agosto.