“O AMOR CHEGA TARDE” ABORDA A VELHICE COM HUMOR AGRIDOCE.

Um pequeno e singelo filme sobre solidão e velhice. Assim pode ser definido “O Amor Chega Tarde”, uma coprodução entre Áustria e EUA que chega aos cinemas o Brasil (em raríssimas salas, é verdade) quatro anos após ser produzido.

Tudo gira em torno de Max Kohn (o veterano Otto Tausig), um escritor austríaco residente em Nova York, quase octogenário, que não consegue aceitar muito bem o fato de não ter mais a mesma disposição sexual de antes. Enquanto administra sua namorada ciumenta (Rhea Perlman, que fez sucesso no antigo seriado “Cheers”), Max viaja pelo país ministrando cursos e palestras, além de jogar charme sobre senhoras solitárias. Reais ou imaginárias.

Misturando drama com pitadas do sempre peculiar humor judaico (sem ser obviamente nenhum Woody Allen), “O Amor Chega Tarde” tem um ritmo contemplativo coerente com o do seu protagonista, escorrega aqui e ali em algumas “barrigas” (aqueles momentos em que a gente começa a pensar no sabor da pizza que vai comer depois do cinema), mas mesmo assim oferece uma bem-vinda dose de poesia, fantasia e afetividade.