“O AMOR PODE DAR CERTO” É REMAKE DE TELEFILME, COM CARA DE TELEFILME

Exibido no Festival de Toronto, mas sem lançamento comercial nos cinemas dos EUA, o romance “O Amor Pode Dar Certo” chega ao circuito brasileiro com cara e jeitão de filme feito para a TV. “O Amor Pode Dar Certo” não perde tempo com introduções, e logo em sua primeira cena entra direto no assunto: o protagonista quarentão Griffin (Dermot Mulroney, de “O Casamento do Meu Melhor Amigo”) descobre que tem um câncer terminal. Após um breve instante de perplexidade, ele decide não contar a notícia para ninguém, e viver seus últimos momentos com alegria e dignidade, na medida do possível. Griffin conhece então a bela Sarah Phoenix (Amanda Peet, de “Syriana”), se apaixona por ela e passa a viver um dilema – literalmente – de vida ou morte: ele teria o direito de entrar na vida de uma pessoa, mesmo sabendo que a morte está próxima? Por outro lado, Sarah também tem algo a esconder, o que não deve ser dito aqui, para não estragar a história.
“O Amor Pode Dar Certo” é um remake de “Griffing and Phoenix: A Love Story”, que Peter Falk e Jill Clayburgh protagonizaram em 1976, num filme feito para a TV. Na época, na esteira do grande sucesso “Love Story” (de 1970), talvez o filme se justificasse, mas hoje soa redundante e até certo ponto ingênuo recontar a mesma história novamente. Mesmo porque o estreante diretor Ed Stone realiza um trabalho morno e sem atrativos. Percebe-se que Stone sempre busca algum “grande momento espetacular” para sua obra, mas, pouco inspirado, o filme é cheio de boas intenções que se perdem pelo caminho.
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O Amor Pode Dar Certo (Griffing & Phoenix). EUA, 2006. Direção de Ed stone. Com Dermot Mulroney, Amanda Peet.