“O ATLAS DOS PÁSSAROS” E O TÓXICO AMBIENTE EMPRESARIAL.

Por Celso Sabadin.

Ivo Rona (Miroslav Donutil), presidente de uma tradicional e poderosa empresa familiar, passa mal e é internado ao saber que o seu empreendimento foi vítima de um grande desfalque financeiro. No hospital, inconsciente, ele tem seu celular invadido pelo próprio filho, Martin (Martin Pechlát), e por seu genro (Vojtech Kotek). Tem início uma trama familiar de desconfianças e traições envolvendo segredos pessoais e empresariais que pareciam enterrados. Ou, pelo menos, esquecidos.

Coproduzido por República Tcheca, Eslovênia e Eslováquia, “O Atlas dos Pássaros” envolve pelo roteiro bem construído e pela competente construção dos personagens. Como na vida real, aqui também não existem santos, nem demônios… ok, talvez um demoniozinho aqui e ali, mas sem aquele maniqueísmo cansativo das produções mais comerciais.

A segura direção de Olmo Omerzu (também roteirista do filme, ao lado de Petr Pýcha) conduz com muitas qualidades o interesse do espectador até o bem resolvido desfecho.

Agora, para saber por que o longa se chama “O Atlas dos Pássaros”, só assistindo.

Selecionado para a mostra competitiva do Festival de Karlovy Vary (República Tcheca), o filme está na programação da 45ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, em cartaz até 3 de novembro. Saiba mais em https://45.mostra.org