“O CASO COLLINI” EXPIA ANTIGAS CULPAS DE TODO UM PAÍS.
Por Celso Sabadin.
De produção alemã, “O Caso Collini” começa com todos aqueles típicos e conhecidos elementos do chamado “filme de tribunal”. Um crime violento contra um figurão, o principal (na verdade, único) suspeito se recusa a se defender, um jovem e inexperiente advogado idealista é designado para o caso, um cheiro de armação suspeita no ar. Tudo roteirizado com precisão, produzido com capricho e dirigido com segurança, garantindo a atenção do espectador.
Se fosse apenas isso, “O Caso Collini” já teria qualidades suficientes para ser indicado como um bom entretenimento. Mas não: em determinado momento da trama, há uma virada de enfoque, e o que parecia “somente um bom filme de tribunal” abre-se para outras leituras envolvendo questões de intolerância e inconfessáveis culpas históricas do país que o produziu.
Melhor parar por aqui, pra não dar spoiler.
“O Caso Collini” é dirigido por Marco Kreuzpaintner (“Desaparecidos”), a partir do livro de Ferdinand von Schirach, um advogado que se lançou na carreira de escritor aos 45 anos, e tornou-se um inesperado sucesso editorial em vários países.
No elenco, Elyas M’Barek (que também pode ser visto em “A Onda”), Alexandra Maria Lara (“Rush”), Heiner Lauterbach (“Stalingrado: A Batalha Final”) e o veterano italiano Franco Nero.
A estreia é nos cinemas.